por Rodrigo Moita de Deus, em 22.08.07
Diogo,
Se a charanga da Guarda Nacional Republicana é a única que toca a galope, também é preciso não esquecer que a GNR é a única força militarizada do mundo que, por lealdade ou falta de talento, conseguiu estar sempre do lado errado da história.
A Guarda Real de Polícia de Lisboa nasce em 1801. Fiel ao bom regime, e de tão fervorosamente miguelista, foi extinta por D. Pedro em 1834.
Nasceu então a Guarda Municipal de Lisboa e Porto. A 5 de Outubro de 1910 são, orgulhosamente, as últimas forças em combate a render-se à república…no quartel do Carmo. Roubaram essa distinção a Paiva Couceiro e aos Lanceiros da Rainha. Tamanha devoção monárquica valeu-lhe do novo regime nova refundação como, pasme-se, Guarda Nacional Republicana.
Muda-se o nome, não se muda a predisposição genética. A 25 de Abril de 1974 a GNR é a única força que responde às ordens do regime condenado. Cercada outra vez no Carmo, tem como última incumbência a protecção do governo. Só se rende depois da missão cumprida.
Três vezes os ventos mudaram, três vezes a Guarda não mexeu.Tens razão, Diogo. Dedicação, lealdade e falta de jeito. A Guarda tem tudo o que a direita conservadora gosta.