Será? O caso mais paradigmático é o do nosso Gil Vicente que utiliza nas suas peças muitas personagens de origem judaica. Não é no Auto da Barca do Inferno que o próprio diabo impede o judeu de entrar na barca dos condenados, dizendo:
Sus sus dêmos à vela Vós Judeus irês à toa Que sois mui roim pessoa Levai o cabrão na freia.
Isto era em 1500 e troca o passo, nem o diabo os queria, pá!
Acho que o diabo lá de cima seria o D. Manuel, o tal que pediu a instalação da Inquisição pela primeira vez em Portugal.
Cuidado com o Pinheiro Chagas! Escreveu o romance "A Judia" no ano a seguir ao do alvará régio que deu aos judeus a permissão de instalar um cemitério próprio - um marco importante de consolidação da comunidade judaica. Já podiam ser enterrados cá - Séc. XIX. O cristão-novo. Devagarinho, devagarinho, chega a caracoleta à alface.