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No dia 15 de Setembro, Mariana Mortágua, coadjuvada por um deputado socialista, anuncia que o PS e o BE chegaram a acordo para criar um novo imposto que irá incidir sobre o património imobiliário superior a 500 mil euros. Apesar da medida ainda não estar totalmente fechada, avançam que a medida poderá render entre 100 e 200 milhões de euros (diferença pequenina) e Mortágua argumenta que este imposto é para apanhar os malvados “que escapam ao IRS”.
Nesse mesmo dia, o PCP, sentindo-se colocado de parte deste negócio entre o PS e o seu rival Bloco de Esquerda, reclama que também quer taxar os malditos proprietários, mas também é necessária a criação de um novo imposto sobre o património mobiliário.
Depois de algumas intervenções eufóricas de socialistas próximos da extrema-esquerda sobre este novo imposto, mas também com alguma polémica à mistura entre socialistas do velho PS, afinal, é anunciado que este imposto será apenas apenas para aplicar a património superior a 1 milhão de euros. Pelo meio, o deputado João Galamba afirma que esta era uma promessa do PS, mas descobre-se que nunca esteve em lado algum. Foi apenas mais uma mentirinha. Já depois desta trapalhada ter começado, que, recorde-se, começou com Mariana Mortágua e um deputado socialista, e sempre com reforço de outros socialistas nos media, António Costa não se tem coibido de afirmar publicamente que é “prematuro” discutir novo imposto sobre património. Será que ninguém o ouve lá dentro da geringonça? Será que vieram com esta discussão para a praça pública sem a sua autorização? Não se percebe. E os jornalistas, não lhe sabem dizer que foi o BE e o PS que começaram com essa conversa?
Não se sabe como a ideóloga com pés de barro da geringonça terá recebido a noticia que afinal o saque fiscal incidiria no dobro do valor que anunciou ou com a alegação de Costa de ser prematuro discutir isto, mas o ataque aos malvados ricos, remediados ou poupados, como queiram, não tinha terminado. Finalmente chegara a hora de expor aos portugueses a lógica marxista e chavista que a geringonça preconiza para Portugal.
Numa ação do PS em Coimbra, Mariana Mortágua reclama que “temos de perder a vergonha de ir buscar dinheiro a quem está a acumular”, tendo sido interrompida por um efusivo aplauso na sala composta por socialistas. Certamente inebriada por esta recepção, desafia o PS, um partido outrora moderado, a assumir-se como uma “alternativa global ao sistema capitalista”. Apesar de ter sido entusiasticamente apoiada por vários socialistas e pelo próprio António Costa, Mariana Mortágua terá ficado surpreendida por haver em Portugal tanta gente anti-marxista, e tentou justificar-se, dizendo asneiras do tipo “taxar riqueza não é taxar poupança” ou ainda a típica tirada populista que quer taxar os ricos para dar aos pobres. Já estamos habituados a esta lenga-lenga dos demagogos em qualquer lado do mundo.
Para finalizar, Catarina Martins, com inveja do protagonismo de Mortágua, afirma a barbaridade que investimento não é comprar casa. Como se isto fizesse algum sentido, especialmente para aqueles milhares de portugueses que investiram as suas poupanças ou uma vida de trabalho para terem habitação.
Isto foram apenas alguns episódios registados nos últimos dias, mas foi muito esclarecedor sobre a génese da geringonça. E o problema não é o Bloco de Esquerda. Ninguém duvida que, na sua essência, neste momento não há grandes diferenças ideológicas entre a liderança de António Costa e de Catarina Martins/Mariana Mortágua. O pensamento deles é o muito semelhante e cada vez mais o PS se aproxima ideológicamente do Bloco de Esquerda. E isto é preocupante.