De AB a 22.04.2017 às 13:37
Obscurantismo, sim. Leia o que escreveu. Quer saber a "verdade" sobre as vacinas? Compre uma e leia a bula que está lá a verdade - estudos, mortalidade, efeitos secundários, comparação com grupos de controle.
O diz-que-disse não leva a nada. Teorias de conspiração não faltam. Muita gente a acusar a indústria farmacêutica de só visar o lucro - e esquecem que se o produto não funcionar não há lucro?
Os anti-vacinas não têm nada a fazer numa discussão séria, não têm argumentos. Têm "sabedoria milenar" e "instintos" e coisas não quantificáveis científicamente. A maior parte dos vendedores de banha-da-cobra aproveita essa crendice e superstição - para lucrar -, e isso é obscurantismo.
Um imuno-supressor não tem nada de misterioso - é um supressor do sistema imunitário, como diz o nome. É o que se pode fazer quando uma doença se apropria do sistema imunitário e começa a destruír o doente. É perigosíssimo, quem toma isso pode morrer de uma simples constipação. No entanto a alternativa é a morte certa.
Você tem uma dôr de cabeça e toma uma aspirina - ou arranje casca de salgueiro que tem o mesmo princípio activo. Na Idade Média as dores de cabeça eram consideradas "humores", e como esses "humores" eram mais leves que o ar, a solução era pendurar o paciente pelos pés, até os "humores" subirem para os pés, e depois era só dar um banho de água a escaldar aos pés para "destruír os humores". Prático e muito científico...
De Luís Teixeira Neves a 23.04.2017 às 16:25
Não é o que se pode fazer. Há alternativas. Mais eficazes. com menos efeitos secundários. Com efeitos secundários menos graves. Mais baratas. E com fundamento científico (para quem gosta). Não tem a ver com ciência. Tem a ver com política.
Já viu o Vaxxed? Acha mesmo que o que o filme denuncia é mentira? Centenas de milhar de crianças com autismo após a vacinação é mentira? O que é que a sua posição tem a ver com ciência? Tem a ver com encobrimento DESCARADO de factos reais.
De AB a 23.04.2017 às 21:01
Eu explico-lhe o que é ciência. Os antigos usavam chá de casca de salgueiro para combater as febres, e um CIENTISTA não olhou para a coisa e automáticamente virou as costas à realidade. Olhou e reconheceu como FACTO que o chá aliviava a febre, ou seja, reconheceu a VERDADE. Vai daí ESTUDOU a casca de salgueiro e descobriu que o princípio activo que fazia baixar a febre é o ácido acetil-salicílico. O resto da casca é inútil para baixar a febre. A partir daí é isolar o princípio activo, o que evita que tenha de andar com um feixe de lenha às costas por causa duma dôr de cabeça.
A aspirina não é caso único de medicinas tradicionais que foram estudadas e originaram medicamentos. Isso é CIÊNCIA. Vacinas são ciência, são baseadas numa propriedade NATURAL do organismo, que é criar anticorpos.
SE A VACINA PROVOCA AUTISMO, A DOENÇA TAMBÉM.
A ciência erra? SIM. Mas os cientistas RECONHECEM O ERRO. Ao contrário de certas crendices, a ciência não é determinante da verdade, É DETERMINADA PELA VERDADE. É por isso que evolui. É por isso que você me está a responder por esta via de comunicação e não por sinais de fumo.
De AB a 23.04.2017 às 21:07
Ah, e o tipo que descobriu que era o chá de casca de salgueiro que baixava a febre? Provávelmente experimentou outros chás, e eliminou metódicamente os que eram inúteis. Era um CIENTISTA.
De Luís Teixeira Neves a 23.04.2017 às 21:33
A ciência não é ninguém. Os cientistas há-os de todas as formas e feitios, "pró-vacinas" e "anti-vacinas", e por aí fora. O que é denunciado em Vaxxed é um encobrimento da verdade. E há cientistas de ambos os lados. É denunciado um pouco mais do que isso. É denunciada uma instituição. Conhecia a verdade, sonegou-a ao público e não tomou as medidas que se impunham tomar em defesa da saúde pública.
De Anónimo a 24.04.2017 às 01:23
"SE A VACINA PROVOCA AUTISMO, A DOENÇA TAMBÉM." Mas enquanto a ciência não descobrir qual a origem do autismo (ou da esquizofrenia, ou de muitas outras doenças) pode estar a gerar-se doença por procedimentos generalizados que não são absolutamente controlados uma vez vez que a verdade, mesmo que verdadeira, é limitada. A esquizofrenia estatisticamente afecta mais pessoas nascidas no inverno. Daí, os cientistas puseram a hipótese de que um vírus pudesse estar na origem, ou ser um dos factores, a propiciar o desenvolvimento da doença. A hipótese ainda não passou a tese. Outras hipóteses existem. Actualmente, e na medicina, a ciência apoia-se fortemente na estatística. Saber de que forma a medicina encontra as suas práticas e estabelece procedimentos ajuda-me a ter um papel activo pela minha saúde. Eu não sou um número na estatística científica, sou um ser único. Que percebe as vantagens do estudo estatístico. E que não é passivo perante as "ordens do sr. Dr." - o Dr. conhece a sua arte, eu conheço-me a mim. A evidência estatística surge antes dos 100% - não é mentira, mas também não é verdade absoluta. A ciência "É DETERMINADA PELA VERDADE" mas também é determinante da verdade através dos métodos de validação dessa mesma verdade. É por isso que evolui.
De AB a 24.04.2017 às 14:06
A ciência dispensa a arrogância de muitas doutrinas alternativas. É por isso que após 102 anos a Teoria da Relatividade é apenas isso, uma teoria. Não é a Lei Da Relatividade. Ainda não teve esse direito.
Aceito que uma vacina possa provocar autismo, mas ainda não vi estatísticas relevantes nesse sentido. De qualquer modo, não seria intencional, e permitiria compreender muito melhor o autismo e talvez curá-lo. Em ciência também se aprende com os erros - e é claro que há erros, e ganância, e é claro que sempre haverá coisas que só se saberão após anos ou décadas - quem diria que a laca que as senhoras punham no cabelo estava a destruír a camada de ozono?
A estatística tem de ser levada a sério. Por exemplo há vacinas incubadas em ovos e destiladas com penicilina - quem tem alergia ao ovo ou à penicilina terá reacção alérgica e estatísticamente é possível evidenciar isso, mas por outro lado é tão frequente a estatística ser mal usada.
Eu já tomei medicamentos que matam uma pessoa em cem mil. O médico valoriza os 99999 que são beneficiados - eu, lógicamente, fico a pensar se não serei "o tal". A decisão é minha, mas compreendo o ponto de vista do médico. Quando me apresentam um que tem efeitos secundários gravíssimos em uma em cada dez pessoas, bem, já levo a coisa doutra maneira. É assim a vida...
De Luís Teixeira Neves a 24.04.2017 às 15:13
Mais uma vez. A ciência não é ninguém. Supostamente é feita por cientistas que são pessoas e como tal podem não ser sérias e podem ser mentirosas. Acontece ainda vulgarmente não trabalharem por conta própria e com financiamento próprio, mas em instituições. Públicas ou privadas. Públicas com financiamentos privados. Se públicas, nem sempre incorruptas defendendo o interesse público. Se privadas defendendo primeiro o interesse de accionistas. Inseridos numa estrutura hierarquizada. Sujeitos a ordens e a regulamentos.
De Luís Teixeira Neves a 24.04.2017 às 15:17
A ciência é também aquela para a qual há dinheiro para se fazer. É também aquela que tem permissão para ser publicada. A que chega ao conhecimento generalizado do público é aquela que é difundida pelos media. Sequer toda a que é publicada. Cuidado com essas categorias e generalizações hipnóticas.
De A.Lopes a 25.04.2017 às 17:08
Parabéns AB por todos os seus comentários! Fiquei muito mais elucidado sobre muitos dos aspectos que me criavam dúvidas quanto a este caso! São comentários como os seus que me "obrigam" a frequentar este blogue! Cumprimentos!
De AB a 25.04.2017 às 21:52
Espero que não seja sarcasmo. Eu acredito na humildade da ciência, na capacidade dos cientistas reconhecerem os erros, abandonarem teorias em que trabalharam durante vidas. Ciência séria, sujeita ao escrutínio dos pares, colaborativa. Quem inventou o laser, o led, o microondas, não ficou rico. Eram trabalhos académicos, investigação pura, apenas com o desejo de compreender melhor o mundo. Outros se aproveitaram disso e ficaram muito, muito ricos. Mas esses são comerciantes.