O "superior interesse da Nação" e o "prestígio das forças armadas" não foram os argumentos que os envolvidos invocaram para justificar o caso da estranha aparição da chamusca?
Pelos vistos o crime que merece castigo foi o de ter havido devolução do roubo, porque roubar é coisa que não merece castigo...
Na Função Pública e ainda mais das Forças Armadas, um chefe toma conhecimento de algo, quando recebe um ofício (em papel ou suporte magnético rastreavel), com remetente bem identificado, assinado por quem de direito.
Ninguém comunica pelo telefone, ou de viva voz sem testemunhas, o desaparecimento de material de um armazém. Na tropa ou na Função Pública. Nem nas instituições privadas assim é.
Se a comunicação for feita dessa forma é nula. Quem ouviu tem legitimidade para dizer "não sei de nada".
Essa é boa. Numa emergência mesmo um pombo correio serve. No caso em apreço até ouve presença física frente a frente, pelo que o argumento da falta de identificação não colhe. Tanto mais que um dos argumentos badalados é que não se aperceberam da coisa.
Milhares de mensagens de voz para o 112, todos os anos, são brincadeiras de mau gosto. Por isso as chamadas são gravadas, os telefones emissores identificas, a data e hora da chamada registados.
Mesmos assim há brincalhões que gozam com coisas sérias...
"Mesmo assim há brincalhões que gozam com coisas sérias…". Já agora diga-nos se no caso de Tancos tem todos os das brincadeiras identificados, ou são só palpites de casulo sem consistência?
Marcelo manifestou-se indignado, mas esperou até segunda-feira para esclarecer no site da Presidência da República, ponto por ponto, do que era acusado no programa. A saber: nunca recebeu o diretor da Policia Judiciária Militar (PJM) ou qualquer elemento da instituição; nenhum membro da Casa Civil ou Militar falou ou lhe escreveu sobre a operação de descoberta das armas de Tancos; não existe qualquer documento ou memorando em Belém sobre o assunto; e não existe registo de qualquer estafeta da Presidência a entregar ou receber documentação da ou na PJM.
Um PR ou um PM não podem considerar ter tomado conhecimento de um caso grave por terem falado com o Sr. do café, ou com o soldado raso que leva os cavalos a beber...