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Ainda se lembram das certezas catastrofistas que foram vaticinadas por António Costa e toda a esquerda sobre o défice de 2015? Recordam-se daqueles que juravam que o défice que o anterior governo anunciava era impossível de cumprir? E daqueles comentadores que nas televisões garantiam que as metas eram irrealizáveis? Pois, tudo isso era falso, e hoje ficou comprovado. Estranhamente, e com algumas honrosas excepções, os media não estão a dar grande destaque a este facto. Fosse o contrário e já teríamos tido um Prós e Contras especial e os canais de noticias já lhe estavam a dedicar horas de debate. Nada de novo, portanto.
Conhecida a execução orçamental de todo o ano em 2015 (em contabilidade pública), deixo aqui quatro destaques:
1 - Confirma-se que o Estado cortou na despesa (-2,4%) e que arrecadou mais receita (+0,8%), fruto da actividade económica ter evoluído favoravelmente. Não diziam que o governo anterior não tinha cortado na despesa em 2015, por ser ano eleitoral?
2 - O défice ficou 499 milhões de euros abaixo do que tinha sido orçamentado inicialmente. Lembram-se daqueles que diziam que o défice era irrealista?
3 - O défice melhorou cerca de 2600 milhões de euros relativamente a 2014. E aqueles que diziam que o défice estava quase igual?
4 - Pela primeira vez na nossa história recente, o défice ficará abaixo dos 3%. Quantos não asseguravam que isso era impossível?
Pois eu recordo-me de tudo isso. Deixo aqui apenas dois exemplos: António Costa várias vezes referiu que a probabilidade do governo anterior cumprir as metas do défice eram uma "fantasia" e chegou mesmo a inventar buracos para assustar os portugueses. João Galamba acusou Paulo Portas de "total descaramento", quando este referiu que iríamos cumprir o défice abaixo dos 3%, e desafiava-o a dizer quais as medidas adicionais que seriam necessárias para cumprir a meta. Total descaramento? Pois.
Este é o legado que o actual governo recebeu. António Costa não poderá desculpar-se com as contas de 2015, por muito que gostasse de o fazer.