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A Supertaça não é o primeiro Título da nova época de futebol, como por exemplo o treinador do Sporting repetidamente propalava durante a época passada. Para mim, e de uma assentada, temos aqui dois mitos do futebol.
Passo a explicar este segundo ponto. No futebol há dois tipos básicos de competição: todos-contra-todos (Campeonato Nacional), e formato-a-eliminar (Taça de Portugal, Taça da Liga, Liga Europa, Liga dos Campeões -nos 3 últimos casos o formato é misto). Um conjunto N de equipas (tipicamente N>10) parte no início do torneio formalmente com iguais hipóteses de o ganhar. No final, o vencedor é 1 entre N, aquele que ao fim de uma prova com muitos jogos ganha o dito torneio, seja por somar mais pontos, seja através da eliminação sucessiva de adversários. É um Título.
A Supertaça não é um torneio. A menos que alguém ache que uma competição com N=2 equipas é um torneio. Não é um torneio. É um jogo por convite. Uma espécie de Eusébio Cup, ou Troféu Cinco Violinos, com a excepção de que é um jogo oficial. Na mesma é um jogo por convite.
Ganha-se uma Taça, um Troféu, mas é uma conquista que não deveria ser adicionada ao conjunto de Títulos. Ao fazer-se isso, está-se meramente a alavancar (em média, por um factor de 50%) a contabilização da conquista do Campeonato ou da Taça. Podem-se fazer as somas que se quiser, podem-se somar alhos com bugalhos, mas não me parece formalmente correcto dar igual peso a um Campeonato Nacional (ou a uma Taça de Portugal) e a uma Supertaça, por admitir essa última categoria como parcela igualmente relevante na soma do total dos Títulos de futebol. Claro que não ignoro que essa é a prática corrente. Claro que não ignoro que para os jogadores, que naturalmente estão felizes, é mais um Título.
Em suma, para mim, ficámos hoje a saber que o Benfica ganhou na época passada 2 Títulos e 1 Troféu.