O "Concorde-se ou não com ele" está ali a mais, é óbvio que o autor do post concorda com o que ele diz, eu também e se alguém não concorda não vai achar refrescante. Parece que em Portugal há um receio de assumir posições claras se são menos à esquerda e o "Concorde-se ou não" é assim como um escape no caso de ser confrontado pelos seus amigos de esquerda.
Caro anónimo, só para clarificar. Estive presente na palestra, portanto é evidente que concordo com muito do que Jordan Peterson diz. Não com tudo, como é óbvio. Até existem coisas que ele diz que não sei se concordo ou não, pois muito do que ele diz reveste-se de um carácter técnico na sua área, e eu não sou especialista na mesma. Mas não é esse o ponto. O que eu digo é: independentemente da nossa opinião relativamente à sua mensagem, a forma como Peterson comunica é refrescante. Ele é muito claro e muito lógico na sua retórica, raramente usa frases "para encher", portanto a maior parte do que diz tem significado (e aliás, torna-se até difícil segui-lo, pois tal como na 5a feira passada, ele inunda-nos com uma torrente verbal de informação que é difícil de digerir instantaneamente). Para além disso ele, mantendo a boa educação e o respeito (excepto quando se confronta com pessoas agressivas e com má-fé e aí o seu lado agressivo vem por vezes ao de cima) ele não está agrilhoado às amarras do politicamente correcto.
Portanto, concorde-se com a argumentação que ele esteja a desenvolver ou não, a abordagem de Jordan Peterson é agradavelmente refrescante.
Só fiz este comentário porque parece que há um padrão agora em quem escreve mais à direita de deixar uma ressalva, pelo menos foi o que achei assim que vi o seu post. Na minha opinião teria sido suficiente escrever simplesmente "É sempre refrescante ouvir alguém que fala claro." Fiz um comentário semelhante num post no Banda Larga em 23-10-18 onde Carlos Abreu Amorim escreve um excelente texto sobre Bolsonaro e quase no fim não resistiu a deixar o que vi como a tal ressalva, completamente desnecessário para o sentido de Post. Gosto deste blog, espero que não leve a mal o meu comentário.
Caro anónimo, percebo o que diz e de maneira nenhuma levei a mal o seu comentário. As ressalvas... acho que em parte residem no modo português de fazer as coisas, em particular nesta obsessão pelas justificações (como o estou a fazer agora) e com as conciliações.
Aproveito para um disclaimer: não ignoro obviamente que o 31 da Armada está conotado com uma tendência mais à direita no espectro político, mas quem olhar para o histórico dos meus posts verá que o meu referencial não é o horizontal (esquerda - direita) mas sim o vertical, em que tento trazer para aqui temas (passe a presunção) que considero que possam ter um mínimo de elevação e interesse para quem lê o 31. Tenho por exemplo tratado temas de cariz cultural e científico-tecnológico; noutros casos tenho focado a actualidade (por exemplo a americana ou a futebolística), sendo que em muitos casos isso até é feito em tom ligeiro e jocoso. Mas há uma intencionalidade de não deixar vincada uma opinião que possa ser etiquetada de "direita" ou de "esquerda". Quem quiser depois colar essas etiquetas é sempre livre de o fazer.
Continuação de boas leituras. Volte sempre, aqui ao 31.
PS- mas insisto que o "Concorde-se ou não com ele" não era tanto uma ressalva, mas sim a maneira de transmitir esta ideia: independentemente do CONTEÚDO, a FORMA como Jordan Peterson comunica é refrescante.
Claro que para muitas pessoas, a forma E o conteúdo do discurso de Peterson é refrescante.
"se alguém não concorda não vai achar refrescante."
Este tipo de comentários só faz sentido dentro da luta 100% política onde não há espaço para o debate.
Não concordo com muita coisa do que diz Jordan Peterson, mas é interessante, sim. Põe-nos a pensar, nem que seja aos mais novos que ainda não pensaram em determinados assuntos sobre outro ponto de vista.
Quanto à clareza, não sei se é um bom argumento por si mesma. O Arnaldo Matos também fala com grande clareza no Twitter.
Não o acompanho no Twitter, mas eu gosto de ler algumas das coisas que Arnaldo Matos escreve. Ele é extremamente coerente. E daqui não se extrapole nada mais que isso. Para mim há valores mais elevados que a coerência, mas elogio a coerência.