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Manual de instruções para o político de esquerda:

por Alexandre Borges, em 20.09.16

  1. Candidate-se dizendo que consegue exigir menos às pessoas, dar mais às pessoas e, no fim, ainda ter contas públicas melhores. Quando toda a gente lhe disser que isso não é possível, acuse-os de estarem feitos com o grande capital.

  2. Até saírem os primeiros números, governe exigindo menos e dando mais. Quando o começarem a avisar de que, por aquele caminho, as suas perspectivas económicas serão irrealistas, acuse-os de bota-abaixismo.

  3. Nota importante: o político de esquerda não precisa de dizer como vai fazer as coisas; ele apenas precisa de dizer que “é preciso” fazer as coisas. Por exemplo, ele não diz como vai acabar com os pobres, ele diz: “É preciso acabar com os pobres!”, e logo a plateia explode de loucura num aplauso febril. Ele não diz como pensa pôr a economia a crescer; ele diz: “É preciso pôr a economia a crescer!”, “É preciso atrair investimento”, “É preciso exportar mais”. É isto. Só isto. E será sempre isto até ao fim.

  4. Começam a sair os primeiros números. Não há qualquer correspondência entre o cenário de crescimento económico que previra e a realidade. Diga que o mundo mudou, que houve uma gripe em África, um engarrafamento em Cabul, uma loja que fechou em Paris, e que isso mudou tudo.

  5. Saem mais números. Mais e mais instituições o avisam para o perigo que está a correr e que é preciso mudar o rumo. Diga que “regista”.

  6. Todos os indicadores dizem o óbvio: a sua estratégia falhou clamorosamente. Não há a mínima correspondência entre o que prometeu e o que conseguiu. O país não só não cresce mais, como não cresce de todo; mingua e está outra vez a cair em depressão económica. Quando toda a gente lhe disser isso, verifique quanto tempo falta para as eleições; se ainda faltar um pouco, acuse-os de fatalismo e diga que não se deixa abater. E que “é preciso” qualquer coisa. Sempre. “É preciso crescer”, “é preciso investimento”, “é preciso dinamismo”, “é preciso”.

  7. O país está falido e vai haver eleições antecipadas. Volte ao número 1.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Reaça a 20.09.2016 às 14:08

Emigrantes, reformados da França, Canadá e EUA, e estrangeiros, vão mandar a burrice à merda.

Mas que estúpidos e invejosos que são os pobres de espírito!

Como é que o Costa enrola tanta gente, até o Marcelo cai na esparrela?

Nem os novos emigrantes mandam mais REMESSAS.
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De Eu a 20.09.2016 às 15:05

http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/portugal_lidera_descida_dos_juros_da_divida.html
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De Êxodo 12 a 20.09.2016 às 15:44

Candidatou-se dizendo que conseguia exigir menos às pessoas, dar mais às pessoas e, no fim, ainda ter contas públicas melhores. Apenas teria de cortar nas "GORDURAS DO ESTADO".

MANUAL DE INSTRUÇÕES de Passos Coelho

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De Manolo Heredia a 20.09.2016 às 18:06

A democracia é isso. Partidos dos ricos, partidos da classe média e partidos dos pobres a tentar ganhar eleições. Quando os dois primeiros não se entendem governam os segundos...
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De Oscar Tini a 20.09.2016 às 18:45

A hipocrisia bate forte neste blog!
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De Manolo Heredia a 20.09.2016 às 20:56

Tirar aos reformados, pensionistas e funcionários públicos para dar ao Crescimento é que é bom...

Ainda por cima quem defende essas teorias, por regra, não tem aonde cair morto. Dizem ter essas ideias à espera que lhe caiam umas modas no bolso, vindas do bolso de quem realmente beneficia com elas.
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De Anónimo a 23.09.2016 às 10:23

Faltam ainda alíneas.
Quem volta ao nº um já é outro.
Este, entretanto, ou foi preso, ou foi para a Comissão Europeia, ou candidata-se à ONU.
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De infigens fatuis a 28.09.2016 às 23:28

Desculpe, discordo do "guião".

Em vez de regressar à casa de partida, ao ponto 7 seguir-se-á o ponto 8 - uns senhores parcos em palavras e com pastas pretas aterram na Portela...

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