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Na impossibilidade (humana) de manter um debate personalizado com todos os professores que me têm interpelado aqui segue uma resposta mais ou menos coletiva.
Para quem tenha dúvidas sobre o desprestigio da escola pública basta estabelecer um paralelismo com o ensino superior. Público e privado. E podemos ter muitas queixas da Academia, mas os melhores cursos do ensino superior público comparam em prestígio e reputação com os melhores cursos do ensino superior privado. Direito na Católica compara com Direito em Coimbra. Arquitetura do Porto ganha a qualquer curso de arquitetura privado. Engenharia no Técnico nem sequer tem comparação. E gestão na Nova já só compara com os melhores cursos internacionais.
Aplique-se o mesmo princípio à escola pública. Que escola pública compara com os Salesianos, o São Tomás ou o St Julians? Qual?
E o ensino superior também é subfinanciado. E o ensino superior também se pode queixar da falta de condições. E os professores do ensino superior também se podem queixar do congelamento das carreiras, da investigação que são obrigados a fazer, dos sistemas de avaliação, das horas extras ou da necessidade de apresentarem projetos para garantir as verbas necessárias para manterem os seus departamentos. E, mesmo assim, não os vemos na rua. Vemo-los a compararem-se com as melhores universidades internacionais. É a vida. E a maior parte deles fazem pela vida.
E na escola pública? Queixam-se. Lamentam-se. “Ser professor é muito desgastante”, dizem. Desgastante é ser mineiro. Professor devia ser estimulante. E se não é estimulante em vez de desgastante estão mesmo na profissão errada.