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tem tudo para correr bem

por Rodrigo Moita de Deus, em 16.11.17

Altice. A crise de um império construído em cima de 50 mil milhões de dívida

Um grupo que compra empresas acima do seu valor. Que compra empresas acima do seu valor mas com dinheiro dos bancos. Que compra empresas acima do seu valor, com dinheiro dos bancos e onde os "amigos" dos acionistas compradores cobram comissões aos vendedores pela "oportunidade" de fazerem negócio. Mais do que artistas...um grupo digno do legado PT/BES.


lavagem de mãos e outras medidas profiláticas

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De Jorge Marques de Tocqueville a 16.11.2017 às 20:22

O Rodrigo costuma ser assertivo, até mesmo acutilante, e por isso custa vê-lo aos caídos por entre lugares comuns.
Ponto a ponto:
- Os impérios são construídos em cima do valor criado e da capacidade de endividamento, nem sempre corre bem, no paralelo com as nacionais passa ao largo das fraudes nas contas e outros malabarismos financeiros. Impõe-se a questão: conhece algum evento semelhante na Altice?
- A variação da capitalização bolsista chega ser engodo para papalvos, não o tenho por tal: qual é a variação YtD? E qual a variação face a 14/12/2015?
- As comissões fazem muita confusão aos nacionais-perdulários mas dão muito jeito quando representam ganho liquido para o comprador. Esperava que eles apelassem ao "comércio justo" na hora de comprar uma nau naufragada?

Agora que questionei os fundamentos que o levam à inexorável superficialidade deixo um dado: o activo total quase que triplicou em 3 anos, haverá correlação entre este crescimento e a dívida? E eventos de crédito existem?

Não deixo de lhe notar uma certa "parolice" ressabiada contra quem de facto saiu a ganhar com o negócio PT (saiu ou não?, serão eles parvos ou seremos nós?). Podemos recriminar o modelo orgânico ou até lamentar que façam na PT aquilo que nenhum governo quis ou soube fazer (refiro a terminação de uma cultura autofágica que vive para interesses individuais mesquinhos e não retém qualquer noção de obrigação com o accionista na criação de valor ou para o cliente num qualquer espírito de serviço) deixando rédea livre ao sindicalismo unitário; podemos mesmo lamentar que nenhum iluminado investidor nacional tenha sabido ou querido endividar-se para ficar com o escolho, podemos tudo isso, mas podemos em rigor querer ver os dias do fim na espuma dos dias?
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De AB a 16.11.2017 às 21:33

No pico baixo das quedas a Altice valia em bolsa 18 mM. Uma dívida de 48mM é grande. Se é certo que isso não é necessáriamente um problema, pode vir a ser. A Altice tem hoje mais onde criar valor, mas se houver um abanão nos mercados pode correr tudo mal. Está tudo em cascata, as aquisições feitas com garantia das aquisições anteriores, que ainda não consolidaram. E os mercados responderam com muito nervosismo. Podem provocar uma daquelas profecias auto-realizadas. Pessoalmente gosto mais de empresas que crescem orgânicamente, com pouco recurso a crédito. Apple, Nestlé, Inditex, JM.
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De Jorge Marques de Tocqueville a 16.11.2017 às 22:18

Agradeço a sua réplica.
O meu ponto é que o post é, no mínimo, temerário nas inferências (dívida vs capitalização?) e de mau gosto na comparação com companhias alvo de fraude.
A Altice está (esteve) num crescimento alavancado por dívida visando a globalização da marca, tem riscos e o modelo é criticável, mas isso está longe da volatilidade que perpassa do post.
Tem vendas e ebidta sextuplicados em 4 anos e só este ano e no próximo abrandarão e consolidarão, isto de confundir a estratégia e a crítica da mesma com leviandade financeira soa a patacoada.
Certamente não passo de um curioso a milhas dos analistas, mas falamos de um low performer que apresenta mais de doze trimestres consecutivos aquém das projecções e que ainda assim consegue euforias no Aex?! Nada de novo: temos os números da companhia e depois, para os distraídos, os entusiasmos bolsistas.

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